Vários temas já foram protagonistas dos nossos textos sobre Neuroarquitetura e, desta vez, vamos falar sobre a importância de apostar num ambiente mais salutar para vivermos melhor. Compreender e oferecer ao nosso corpo condições perfeitas para um relaxamento, e que elas sejam de fato reparadoras, é um dos maiores desafios atualmente. E é justamente sobre a importância do ciclo circadiano e de como o quarto, nosso principal espaço de descanso, deve ser tratado como o centro da casa e respeitado como o templo do sossego, que pretendemos abordar hoje.
O nosso corpo, assim como o de outros animais, obedece a ciclos da natureza, como, por exemplo, os ciclos claro e escuro. À noite, quando entramos em casa, depois de um dia de trabalho ou de estudos, ainda temos algumas horas de divertimento ou mais momentos de trabalho e ou estudo – para isso usamos a luz das lâmpadas ou acionamos TV, videogame ou computador. Mas o nosso corpo reconhece estar na fase escura do ciclo – afinal, já é noite! – e começa a se preparar para dormir. Isso acontece devido ao ciclo circadiano.
O ciclo circadiano dá nome ao período de cerca de 24 horas sobre o qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, sendo influenciado, sobretudo, pela variação de luz, temperatura etc. Esse ciclo é responsável por regular todos os ritmos materiais e psicológicos do nosso corpo, mexendo com a digestão ou o sono, por exemplo. Em resumo, ele controla o nosso organismo entre o que é dia e noite e, a partir disso, nossos processos fisiológicos são comandados para que o corpo consiga acordar, sentir fome etc.
Tudo deve seguir para que a gente priorize uma noite gostosa de descanso, uma noite realmente reparadora. Já pensou em como isso é importante? A partir do momento em que não respeitamos o ciclo circadiano, estamos próximos de viver possíveis desequilíbrios emocionais, alterações de humor e até doenças graves.
Nosso ciclo ideal de sono deve conter dois estágios: REM e não REM. Ele começa por um sono mais leve, onde temos a sensação de pálpebras pesadas e a indicação de que o cérebro está desacelerando. Esse momento pede que o dormitório esteja silencioso. Na sequência, há rápidas descargas elétricas, o corpo encontra-se relaxado e fica mais difícil acordar de repente. É no estágio não REM que o sono fica mais profundo, o ritmo da respiração fica mais lento, há diminuição dos batimentos cardíacos…
A etapa do sono de ondas lentas é considerada a mais reparadora, pois se trata do período em que são produzidos o hormônio do crescimento e a serotonina. Após ele, vivemos o estágio REM (que quer dizer movimento rápido dos olhos, em inglês). É o momento em que sonhamos.
Por fim, a reflexão sobre o ciclo completo do sono deixa claro que o primeiro estágio (não REM) está ligado à recuperação do físico, enquanto o segundo estágio (REM) diz respeito ao revigoramento da mente. E tudo, absolutamente tudo, tem a ver com os cuidados necessários para que tenhamos uma excelente noite de sono e, por consequência, priorizar a nossa a saúde. Pense nisso!